DESTINOS

Por caminhos bem temperados descobrimos pedaços de história a cada passo

 

Este mês descubra…

As Aldeias de Natal no Minho

O Natal pode ser passado em qualquer lado, em paz e harmonia, de preferência junto da família ou de quem mais gostamos, mas existem lugares onde esta quadra parece engrandecer-se.
Venham connosco até às Aldeias de Portugal do Vale do Minho, onde a paisagem serrana se mescla com as tradições e o casario. Sinta a calma e a tranquilidade de uma região onde a água corre incessantemente e passeie por entre a neve e os animais.
E quando o frio apertar, chegue-se à lareira, delicie-se com os sabores quentes da gastronomia minhota e ouça as estórias de um povo que atravessou milénios.


Castro Laboreiro

Branda da Aveleira

Porreiras

Bico

Covas

Aldeias da Serra d´Arga



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Aldeia de Castro Laboreiro

Castro Laboreiro é uma aldeia bem encostada a Espanha. Aliás, o nosso GPS levou-nos primeiro a terras galegas antes de nos fazer regressar a Portugal através da montanha.

Estamos em pleno Parque Nacional Peneda-Gerês, com vacas e cabras a pastar em quintais verdes cercados por muros. O som dos badalos enche o ar até chegarmos à igreja, bem no centro de Castro Laboreiro, junto ao posto de informações turísticas/Centro Museológico e ao pelourinho.

As ruas são enquadradas por construções castrejas habituadas a suportar o frio serrano. Ouvimos o ladrar dos cães da raça Cão de Castro Laboreiro, uma raça originária desta aldeia e uma das raças mais antigas da Península Ibérica.

Certamente que estes cães estão adaptados ao solo irregular rochoso que se estende à nossa frente. Estamos agora no miradouro de Castro Laboreiro, com vista para o vale e para as montanhas cinzentas. O ar gelado vai soprando de vez em quando para nos lembrar que aqui o inverno é rigoroso. Lá em cima, no topo da montanha do lado esquerdo, vislumbramos a silhueta de muralhas de um castelo. É para lá que vamos.

A seta que sinaliza o caminho para o castelo aponta para um caminho em que só dá para ir a pé. O trajecto faz-se por rochas, leitos de rios, pelo meio da vegetação e sempre com uma paisagem de retirar o fôlego. A subida tenta fazer o mesmo, mas uma vez chegados lá em cima todo o cansaço desaparece. Portugal é mesmo um país mágico. Uma cadeia de montanhas desenrola-se à nossa frente, uma pequena cascata jorra água incessantemente lá em baixo. E as cores de final de tarde de inverno pintam o céu de laranja, lilás, rosa e azul.

A porta entreaberta conduz-nos às ruinas do que terá sido um castelo mouro ou uma antiga fortaleza romana ou céltica. No século XIV caiu um raio no paiol de pólvora provocando uma explosão que determinou a sua reedificação por parte de D. Dinis. Daqui pode observar a aldeia e arredores.

Mas há mais para descobrir. Pontes romanas e medievais, um conjunto megalítico com 62 monumentos (um dos maiores da Península Ibérica) e a gastronomia regional disponível em qualquer restaurante de Castro Laboreiro.


GPS: 42° 01′ 39″ N / 8° 09′ 37″ O
Mais informação: www.aldeiasdeportugal.pt

Aldeia da Branda da Aveleira

A Aldeia de Branda de Aveleira fica situada na entrada do Parque Nacional Peneda-Gerês, rodeada de belas paisagens. As brandas designavam os locais onde se passava o verão. Desde o século XII que, no início de Maio, os pastores da Freguesia de Gave subiam o monte com os seus gados para a branda para que os campos fossem cultivados com novas colheitas. Depois, só regressavam a casa quando chegasse o Inverno (com algumas excepções como por exemplo: assistir à missa e trazer mantimentos para a branda).

Hoje em dia, a Branda da Aveleira é quase desprovida de habitantes. As casas típicas, ou cardenhas, foram transformadas em habitações de turismo para aqueles que gostam da união com a natureza, a paz, a calma.

Digno de nota é a capelinha da Senhora da Guia, o Santuário da Senhora da Guia ou, um pouco distante da aldeia, o Dólmen do Batateiro.

O modo de vida de outrora ainda não abandonou estas paragens, como comprova a manada de vacas que bloqueou a estrada atrasando a nossa ida até à próxima aldeia. Não faz mal, nós até gostamos de aqui estar.


GPS: 41° 59′ 41″ N / 8° 16′ 49″ O
Mais informação: www.aldeiasdeportugal.pt

Aldeia de Porreiras

Pensa-se que o nome Porreiras advenha da antiga forma de pagamento de impostos, “por eiras”, hoje é a eira comunitária que é o ex-libris da aldeia. Nove espigueiros e quatro alpendres contribuíram para que Porreiras fosse apelidada de “celeiro do Minho”.

E se existem grãos, existem também moinhos para o transformar em farinha e, posteriormente, no pão que alimenta a aldeia. São cinco os moinhos requalificados e que ainda hoje funcionam. Passe também pela Capela da Senhora do Pilar, pela Igreja Matriz de Porreiras e pelo parque de merendas.

O parque de merendas de Outreiro convida a um picnic junto ao lago criado com as águas do rio. Um local idílico para um convívio entre amigos que dure a tarde toda, especialmente no verão. Uma extensão de relva deixa crescer mesas de merendas, uma churrasqueira e construções rochosas.

A natureza está ao nosso redor. Se quiser enveredar-se nos seus caminhos pode fazer o trilho do pastor ou o trilho Pia dos Quatro Abades.


GPS: 41° 57′ 6″ N / 8° 33′ 16″ O
Mais informação: www.aldeiasdeportugal.pt

Aldeia de Bico

A Aldeia de Bico situa-se na encosta da Serra de Corno de Bico e estende-se até ao rio Coura. Este lugar deverá ter sido ocupado desde o período megalítico, como comprovam, os vestígios de mamoas nos arredores da aldeia.

Paramos junto ao coreto, nas imediações da Junta de Freguesia. Do nosso lado fica a igreja matriz, um dos pontos de interesse desta aldeia. Do outro lado da estrada, vacas pastam melancolicamente aproveitando o sol da tarde e os campos férteis.

Toda esta zona é especialmente atractiva para quem gosta de natureza, desporto e adrenalina. Não deixe de fazer o Trilho da Varanda do Coa, Alto dos Morrões, Corno de Bico, o trilho dos Miradouros, dos Moinhos e Megalítico de Vascões. Pode ir a pé ou de bicicleta, mas seja qual for o meio de locomoção, garantimos que valerá a pena.

A partir do Miradouro de Corno de Bico vai poder vislumbrar toda a extensão desta Paisagem Protegida. O verde das pastagens é interrompido, aqui e ali, pelo aglomerado de casas das aldeias que respiram este ar da montanha.


GPS: 41° 53′ 37″ N / 8° 31′ 39″ O
Mais informação: www.aldeiasdeportugal.pt

Aldeia de Covas

As águas do Rio Coura são um som constante quando se visita a Aldeia de Covas, no concelho de Vila Nova de Cerveira.

Aqui, no sopé das serras Covas e Argas pode visitar a Casa do Carboal ou Casa de Covas, a Igreja Paroquial, a Capela de Santa Marinha, a Capela de São Gregório, a capela de Santa Luzia e o Cruzeiro de Nossa Senhora da Piedade, este já junto à ponte que atravessa o rio.

Mais à frente, deixe-se encantar pelo parque de merendas, um local verdejante, repleto de árvores. As mesas de pedra e os bancos convidam a pararmos e a apreciar a beleza do rio que corre ali ao lado. Supomos que deve ser dali que saem as trutas para os restaurantes da Aldeia de modo a confecionarem esse prato típico de Covas.

Esta Aldeia tem muito para oferecer como, por exemplo, o Trilho Interpretativo da Ribeira de Covas que acompanha o rio Coura por entre paisagens únicas. Aproveite.


GPS: 41° 53′ 07″ N / 8° 41′ 49″ O
Mais informação: www.aldeiasdeportugal.pt

Aldeias de Serra d´Arga

A majestosa Serra de Arga é lar de três aldeias diferentes: Arga de Cima, Arga de Baixo e Arga de São João. Como explicámos aquando da visita à Arga da Aveleira, as Argas eram o povoado para onde iam os pastores iam com os seus rebanhos passar os meses de primavera, verão e outono, a chamada “Transumância”. Era habitual, para as gentes serranas, terem duas casas, uma para os tempos quentes e outra para os frios. A vida era vivida de acordo com as estações do ano.

Cada uma das aldeias tem a sua personalidade própria, mas não se podem dissociar do contexto da serra de Arga que os une. A serra que os une e o rio, que alimenta os moinhos de água, cobertos com lajes de xisto, exemplares da arquitetura serrana.

As casas estão bem conservadas e algumas foram transformadas em casas de turismo. Passeie pelas ruas estreitas e escuras (devido à cor da pedra, porque o céu parece infinito) e ouça os sons dos animais das quintas, como gansos, galinhas e vacas. Sinta o aroma das lareiras acesas (caso seja outono ou inverno) e saboreie a chouriça assada, o cabrito e a broa, tudo regado com o bom vinho verde da região.

Pode aproveitar os trilhos da Serra de Arga para navegar entre as Aldeias. Tem à sua disposição o Trilho da Pedra Alçada, o Trilho da Chã Grande, o Trilho Cabeço do Meio-Dia e o Trilho Chã da Franqueira. Aproveite para passar pelo Mosteiro de São João D’Arga, bem junto ao rio.

As paisagens vão tirar-lhe o fôlego, bem mais do que a altitude. Com o pôr-do-sol, o céu ganha tonalidades de laranja, rosa e lilás. Ao olharmos para os montes no horizonte quase que parece que fomos transportados para as paisagens de Montana, na América do Norte, mas não… Isto é Portugal.


GPS: 41° 50′ 12″ N / 8° 41′ 51″ O
Mais informação: www.aldeiasdeportugal.pt

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