Rota Cafés Históricos
Este mês descubra…
A Rota dos Cafés Históricos
Este tema é sobre o café. Não irá ser sobre essa bebida aromática que faz parte do quotidiano sobre dos portugueses, mas sim sobre os locais onde o bebemos. Se pensarem bem, provavelmente têm um local de eleição para ir tomar um café ou estar numa conversa com amigos. É assim com todos nós, os anónimos e os mais conhecidos.
Muitos destes locais, são conhecidos, essencialmente, por quem os frequentava, mas outros estão neste roteiro pelos acontecimentos que lá tiveram lugar, por serem icónicos nos meios em que se inserem ou, simplesmente pela sua longevidade. Alguns mantêm as suas portas abertas desde o século XVIII.
Isto despertou a nossa curiosidade, ao ponto de percorrermos o país, de lés-a-lés, para conhecer estes espaços, a sua arquitectura, decoração e a sua dinâmica. Fomos a Braga, Guimarães, Amarante, Porto, Coimbra, Tomar, Lisboa, Portalegre, Estremoz, Évora e Faro e criámos uma lista dos cafés mais emblemáticos.
Seja na esplanada ou na sala de refeições, a tomar um café ou um bolo apetecível, ao almoço ou ao lanche, uma coisa que não vai faltar é história.
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Café São Gonçalo – Amarante
É possível que este seja um dos cafés com melhor enquadramento. O Café São Gonçalo está situado numa das principais praças de Amarante, a Praça da República, junto ao ex-libris da cidade, o Mosteiro de São Gonçalo e da ponte com o mesmo nome. O Rio Tâmega corre vagaroso no seu leito debaixo de um sol reconfortante.
Quando chegamos, a esplanada está composta e todas as janelas da arcada estão abertas. Parece que a praça entre pelo café num abraço amigável. As mesas quadradas de madeira espalham-se pelo amplo espaço enquadrado pelo grande balcão em forma de “L”.
O Café São Gonçalo não só estará sempre ligado ao santo da cidade, como também ao poeta Teixeira de Pascoaes. Verá que ele continua sentado a uma das mesas de modo introspectivo. Bem, não é mesmo ele, mas sim uma estátua em sua honra visto ser um cliente assíduo e este ser o seu café predilecto.
Este café fundado nos anos 1930 pelos irmãos Rodrigo, Ismael e Belchior Queirós, este sempre ligado às artes. Era frequentado por pintores e escritores, mas, também por militares e políticos que aqui congeminavam as suas conspirações.
Os doces na vitrina enchem o apetite e quebram as nossas resistências. Também é possível tomar uma refeição numa das mesas do piso térreo ou do requintado primeiro andar, ou mesmo ao balcão trocando dois dedos de conversa com os simpáticos empregados.
Quanto a nós, continuaremos a apreciar o nosso lanche com vista para a praça. E, quem sabe, ficar para jantar.
Informações úteis Morada: Praça da República, nr. 8, Amarante Website: https://www.facebook.com/cafebar.s.goncalo
Café Milenário – Guimarães
O nome não podia ter sido melhor escolhido. O café Milenário abriu as suas portas em 1953, ano em que a cidade de Guimarães comemorou 1000 anos de existência.
Este histórico café situa-se no Largo do Toural, em pleno centro histórico. O edifício mantém os traços originais tendo sofrido apenas algumas obras de melhoramento e de comodidade, normal para quem quer acompanhar o passar do tempo. Mesmo que o estabelecimento quisesse “fugir” da história não seria possível. O café está, literalmente, ligado à torre da muralha que outrora protegia a cidade. A frase “Aqui Nasceu Portugal” preenche-a com orgulho.
Lá dentro está tudo como antigamente. A decoração evoca os típicos cafés dos anos 1950, com as suas pequenas mesas redondas. O Café Milenário é, ainda, local de tertúlias. Continua a ser um sitio de encontros de gerações, onde os clientes de sempre ou os visitantes de passagem aproveitam para ler o jornal ou apreciar o bom café.
Guimarães é um dos locais mais importantes da história de Portugal, não seria de estranhar que houvesse também um café com história.
Informações úteis: Morada: Largo do Toural, Guimarães Website: www.facebook.com/Café-Milenário
Café a Brasileira – Braga
Sentados numa das pequenas mesas com vista para a movimentada rua da zona histórica de Braga, no Largo Barão de São Martinho, com sons de conversas sobrepostas umas sobre as outras, no que parece ser uma antiga sala de estar de um prédio, que emergimos na história deste café. Aqui, na Brasileira, um dos cafés da rede abertos por todo o país, é imperativo pedir o “café de saco”, café moído especial deste estabelecimento e tirado ainda na máquina original. Se quisermos ser bastante mais genuínos, e de acordo com a época em que a Brasileira abriu, temos que beber o café num copo de vidro transparente.
A Brasileira abriu as portas, em Braga, em 1907. Está quase a completar 110 anos desde que Adriano Soares Teles do Vale decidiu abrir as portas ao público, depois de regressar do Brasil onde esteve emigrado e onde enriqueceu graças à indústria do café. Tal como em Braga, podíamos encontrar A Brasileira em Lisboa (Chiado e Rossio), Porto, Aveiro e Coimbra.
Em 2008/2009 este estabelecimento sofreu obras de remodelação que o tornou num espaço ainda mais aprazível, mas sem perder a identidade que o torna único. Isto é fruto, também, das características intrínsecas de um edifício centenário. Mas a história da Brasileira não se conta apenas pelas paredes e pela arquitectura. Este é um local de pontes entre gerações. Avós, filhos e netos frequentam religiosamente o café, como podem testemunhar os funcionários mais antigos.
Para além do imprescindível café, não deixe de provar os diferentes tipos de bolos disponíveis e, se o tempo for convidativo, troque o interior pela esplanada (mas vá ver o interior de qualquer maneira).
Informações úteis: Morada: Largo Barão de São Martinho, 17, Braga
Café Vianna – Braga
O Café Vianna abriu as suas portas em 1871, na bela cidade de Braga. Parece incrível que, 145 anos depois, ainda permanece com saúde e com uma clientela assídua. É um ex-libris da cidade e um local de paragem obrigatória.
Sentamo-nos numa das suas mesas da esplanada a observar os transeuntes que passam apressados pela calçada. Imaginamos Eça de Queiroz e Camilo Castelo Branco a fazer o mesmo visto serem frequentadores do Café Vianna. À nossa frente estende-se a Praça da República. Os repuxos de água da fonte tentam refrescar o ar quente que se faz sentir.
Para além dos produtos normalmente encontrados nas pastelarias como bolos, pães e todas as variações de café, podemos apreciar os pratos confecionados todos os dias para o almoço e jantar. Diariamente há uma selecção de pratos do dia por onde pode escolher, mas, se preferir, pode simplesmente recostar-se na cadeira e beber uma cerveja fresca.
A longevidade e a e a história que daí advém não podem ser retirados a este espaço. Dizem-nos que, no extinto salão de jogos, fizeram-se reuniões do famoso Movimento de 28 de Maio de 1926, que contribuiu para a instauração da 1ª Republica Portuguesa.
O interior do Café Vianna é decorado com o requinte de outros tempos. Aos fins-de-semana há animação com música ao vivo, por exemplo. Talvez seja uma ocasião ideal para provar os tentadores cocktails.
Se vai visitar a cidade de Braga (e tem muitas razões para isso) não se esqueça de passar por este café com história.
Informações úteis: Morada: Praça da República, Braga Website: https://www.facebook.com/CafeVianna
Café Aviz – Porto
O Café Aviz é um dos estabelecimentos mais icónicos da cidade do Porto, não só pela história que alberga, mas também pela persistência (positiva) em manter-se fiel à sua génese.
Situado na rua com o mesmo nome, o Café Aviz está intimamente ligado a uma clientela estudantil, principalmente vinda do curso de Medicina. Isso está, aliás, patente nas várias lápides de homenagem deixadas pelos finalistas da universidade.
O salão de chá e sala de refeições estendem-se por vários metros num espaço despido de luxos mantendo uma estética simples e cuidada. É aqui que servem uma das melhores e mais conhecidas da cidade invicta segundo nos dizem. Como chegámos fora da hora de almoço achámos por bem deixar essa aventura para uma próxima visita e limitámo-nos a um ligeiro lanche junto do quadro em azulejo com a imagem do Mestre de Aviz.
O Café Aviz é também conhecido pela sala de jogos preenchida por várias mesas de bilhar. É um óptimo local para descontrair com os amigos num ambiente onde o cheiro do café se enleia nas paredes. Quase que ainda podemos ouvir as conversas ruidosas dos estudantes à volta do jogo de bilhar.
Informações úteis: Morada: Rua do Aviz, 27, Porto
Café Âncora D’ Ouro (Café Piolho) – Porto
Vamos até ao Café Piolho? Acha o nome estranho? Então espere até ler a explicação do porquê de o chamarem assim.
Mas primeiro é preciso referir que o Café Piolho é um dos estabelecimentos mais conhecidos da cidade do Porto e, também, um dos mais antigos em funcionamento. O seu verdadeiro nome é Café Âncora D’ Ouro e abriu as suas portas em 1909 na Praça Parada leitão, na zona da Torre dos Clérigos. O nome “Âncora D’Ouro” fica bem patente pela enorme proa de um navio junto à parede do fundo. À entrada mantém-se um pequeno quiosque de revistas e jornais, um toque curioso e que mantém uma ligação às tradições antigas. As mesas, postas umas junto às outras, formam linhas paralelas ao balcão comprido.
O Café Piolho pode não ter o luxo e o requinte de outros cafés da sua época, mas mantém o carácter que o torna único: a genuinidade. Aqui é possível apreciar uma boa refeição por preços bastante acessíveis, incluindo a famosa “Francesinha” acompanhada de uma cerveja fresca.
Agora vamos à explicação do nome. Pode não ter reparado, mas aqui perto fica a Universidade do Porto, o que fez deste local um dos favoritos dos alunos, mas também dos professores pelo que a convivência era, por vezes, cerimoniosa. Assim, alguém (não se sabe se um professor ou um aluno) começou a dizer que aquilo era uma “piolhice”. Na verdade ninguém sabe ao certo a origem da alcunha, mas os toldos do café são a prova que o nome ficou.
Informações úteis: Morada: Praça Parada Leitão nº 45, 4050 Porto Website: www.cafepiolho.com
Café Guarany – Porto
O frenesim eléctrico da avenida dos Aliados, em pleno centro do Porto, empurra-nos para um momento de descontração num dos cafés das redondezas. E, se procuram um local emblemático e envolto em história, o Guarany tem que ser a vossa primeira escolha.
Apesar de ter sido inaugurado em 1933, o Guarany não ficou teimosamente amarrado aquela época, talvez devido ao restauro que sofreu em 2003. O que se destaca imediatamente são as obras de Graça Morais que retratam a cultura dos índios Guarany. O nome Guarany advém da tribo de índios que dominou uma zona da América Meridional, actualmente ocupada pelo Paraguai, Uruguai e Paraná (Brasil). Esta não era propriamente uma ligação directa à tribo, mas sim uma alusão ao local de onde vinha o melhor café do mundo, o Brasil.
O espaço é amplo terminando num longo balcão. No tecto continua a morar o alto-relevo do índio que dá nome à casa e uma das imagens de marca do café. Acabamos por escolher uma das mesas encostadas à janela de modo a podermos estar em contacto com a artéria da cidade. Apesar de o café servir refeições, menus de pequeno-almoço e um exemplar “Serviço de Chá à Guarany”, decidimos ficar-nos pelo famoso café.
Um cartaz na janela ao nosso lado anuncia a noite de fados que se aproxima. Felizmente o Guarany continua a manter a sua reputação de um local de convívio e de eventos culturais. Existem frequentemente concertos ou noites de fado, tertúlias e debates. Isso explica porque é que o Guarany continua a ser frequentado por músicos, intelectuais e políticos.
Se vai visitar a cidade do Porto não pode deixar de entrar no Guarany.
Informações úteis: Morada: Avenida dos Aliados, 85/89, Porto Website: www.cafeguarany.com
Café Majestic – Porto
Se está a caminhar pela Rua de Santa Catarina, uma das mais conhecidas do Porto, vai aperceber-se facilmente da presença do Café Majestic. A fachada ricamente ornamentada e distintiva dos prédios circundantes, a correria dos empregados vestidos a rigor e os inúmeros turistas que enchem a esplanada vão ajudá-lo a perceber que está perante o Majestic.
Se quer saber como era o ambiente na “Bélle Époque” então veio ao local certo. Este era o ponto de encontro de intelectuais, artistas, escritores e da “fina flor” da sociedade portuense. Curiosamente, o café começou por chamar-se Elite, mas o nome foi percecionado como uma alusão monárquica, o que não caía bem com a clientela republicana, por isso, decidiram alterar o nome para “Majestic” numa clara ligação com o glamour de Paris, o farol da moda da época.
O Café Majestic sempre foi um polo artístico com as suas constantes tertúlias, debates, pequenos concertos ou noites de fados. Para além disso mantém, ainda, uma galeria de arte com exposições temporárias dos mais diversos estilos.
O charme e o glamour ainda se sentem quando nos instalamos numa das mesas. Os enormes espelhos emoldurados em madeira, os bancos em pele, os candeeiros suspensos, os querubins e os tampos das mesas em mármore, transportam-nos para 1921, altura em que o café abriu as suas portas ao público.
Também aqui é possível tomar uma refeição, pedir um “chá das cinco”, provar um dos bolos caseiros ou simplesmente apreciar um bom café. Tudo isto servido com enorme requinte por um staff vestido a rigor e que, apesar da constante mole de pessoas que enchem o espaço, consegue manter um sorriso genuíno e receber toda a gente com a hospitalidade digna do nome “Majestic”.
Informações úteis: Morada: Rua Santa Catarina, 112, Porto Website: www.cafemajestic.com
Café Santa Cruz – Coimbra
O Café Santa Cruz, em pleno centro histórico de Coimbra, ostenta orgulhosamente o símbolo de “café com história”. Foi ideia do proprietário do Café Santa Cruz criar uma rota dos “Cafés com História” que ligasse alguns dos cafés portugueses com uma história mais longínqua ou marcante. O objectivo é não deixar cair estes espaços no esquecimento e enaltecer o papel que tiveram ao longo dos tempos.
Este café, em particular, foi inaugurado em 1923, na Praça 8 de Maio, junto da Igreja de Santa Cruz. Este edifício era, aliás, uma antiga capela paroquial erguida em 1530 que, após perder o culto, ganhou outras valências como armazém de ferragens, esquadra de polícia, entre outros. Por fim acabou por estabelecer-se aqui o Café Santa Cruz após a alteração da fachada. No interior imperam as madeiras pesadas e escuras e os grandes espelhos. Os tectos abobadados remetem-nos para o imaginário da antiga igreja paroquial. O espaço é amplo e preenchido pelas mesas com tampos de mármore acompanhadas de cadeiras de madeira trabalhada.
Tanto a esplanada como a sala interior são locais acolhedores. O café oferece uma variedade de doces e salgados com especial destaque para os Crúzios. O Crúzio é um doce originário do Café de Santa Cruz cujo nome advém da antiga ordem monástica ligada à Igreja de Santa Cruz, os Crúzios.
O Café Santa Cruz está, igualmente, ligado às artes através das tertúlias, lançamento de livros e espectáculos de música ao vivo. Ao fundo da sala, naquela que parece ser a antiga capela-mor, repousam duas cadeiras que esperam os guitarristas e o fado que ecoará pelas paredes centenárias. Afinal de contas, estamos em Coimbra.
Informações úteis: Morada: Praça 8 de Maio, Coimbra Website: www.cafesantacruz.com
Café Paraíso – Tomar
Tinham passado poucos anos desde que a câmara municipal de Tomar alterara o nome da Rua da Corredoura para Serpa Pinto, o célebre explorador de África. Tinham, aliás, passado poucos meses desde a proclamação da República na capital do país. Foi nesse ambiente de mudança de regime político que o Café Paraíso surgiu, pelas mãos de cinco amigos, a 20 de Maio de 1911.
O café está localizado no centro histórico da cidade, numa rua pedonal de passagem quase obrigatória para quem visita Tomar, conhecida como a cidade dos Templários. Mas, para além da tradição medieval, ainda sobrevive este café centenário.
O espaço sofreu várias transformações ao longo dos anos. O que sobressai à vista actualmente são as colunas revestidas de imitação de mármore de tom acastanhado, as ventoinhas que refrescam o ar a partir do tecto e os enormes espelhos que circundam a sala provocando a sensação que o espaço é maior do que realmente é.
O Café Paraíso era o café predilecto dos Tomarenses para tomarem um sorvete ou um copo de porto, vinho da madeira ou outro licor. Por aqui passaram vários nomes do meio político e artístico, com especial destaque para o compositor e filho da cidade de Tomar, Fernando Lopes-Graça, assim como o famoso escritor Umberto Eco.
Actualmente o café viu o seu horário ser alargado de modo a ter em consideração as necessidades da clientela proveniente do Instituto Politécnico de Tomar. Os clientes habituais continuaram a ocupar as mesas quadradas de um dos estabelecimentos mais acarinhados na cidade. O Café Paraíso tornou-se um local de encontro de gerações e, certamente, assim continuará por muitos anos, fiel aos seus valores.
Informações úteis: Morada: Rua Serpa Pinto, n. 127, Tomar Website: cafeparaisotomar.com
Pastelaria Versailles – Lisboa
O barulho constante do trânsito a passar na avenida não é incomodativo, por estranho que pareça. Estamos, afinal de contas, num local cosmopolita e numa das artérias mais importantes da capital do país. E é isso que a Versailles sempre foi, uma pastelaria de requinte para uma capital europeia.
O próprio prédio onde a Versailles está incluída é digno de nota. As linhas arrojadas tornam-no num edifício icónico na cidade. No rés-do-chão estende-se a esplanada por baixo de grandes guarda-sóis brancos. Nós decidimos entrar. A primeira coisa que salta à vista é a enorme extensão do balcão que percorre todo o comprimento da sala. Por baixo reluzem os bolos e doces de fabrico próprio que dão fama ao café.
O nome não foi escolhido ao acaso. A Versailles abriu as suas portas em 1922 sob a denominação “Patisserie Versailles” (a influência francesa tinha uma grande importância para a sociedade da época). Os seus proprietários esperavam trazer o esplendor e o requinte do símbolo da sofisticação francesa. Grandes lustres pendem do tecto emoldurado. Nas paredes podem-se observar pinturas que ilustram os idílicos lagos do Palácio de Versailles. Até o chão, num axadrezado em mármore, é uma imagem de marca do Versailles.
A sala de refeições está dividida em duas partes. A principal segue paralela ao balcão, mas existe, também, um pequeno patamar cujo elemento mais significativo é o esplendoroso vitral.
Visitar o Versailles é recuar até aos anos 1920, ao glamour dos encontros nos cafés, à época em que frequentar uma pastelaria era quase exclusivamente para a elite da sociedade. Hoje em dia esse facto está mais democratizado, mas o café continua a ser frequentado pelo meio artístico e político.
Para além da pastelaria variada, a Versailles serve, igualmente, refeições diárias, chás e chocolates quentes. É, sem dúvida, um clássico da cidade de Lisboa.
Informações úteis: Morada: Avenida da República, 15, Lisboa
Café Martinho da Arcada – Lisboa
É deveras impressionante. São mais de 230 anos em actividade. São dois séculos de história na cidade de Lisboa. Só para se ter uma noção do tempo: quando o Martinho da Arcada abriu Portugal ainda era uma monarquia, reinava D. Maria I, o grande terramoto de 1755 tinha acontecido há cerca de 30 anos.
Foi, aliás, um membro da Casa Real, Julião Pereira de Castro, que decidiu abrir um café, ou uma loja de bebidas, na altura, com o nome “Casa da Neve”. Após várias gerências, o estabelecimento só veio a conter a palavra “Martinho” no seu nome quando passou para as mãos de Martinho Bartolomeu Rodrigues, em 1829. Com o passar do tempo este acabou por adquirir outro café e para evitar confusões passou a denomina-lo “Martinho da Arcada”, nome que se manteve até hoje.
A sua história não se limita à longevidade. Por aqui passaram grandes nomes da política, das artes e da cultura, sendo que o mais emblemático é o escritor Fernando Pessoa que utilizava o Martinho da Arcada como segunda casa e onde escreveu muitos dos seus poemas. Existe, inclusive, uma mesa com o seu nome.
Estar no Martinho da Arcada é sentirmo-nos envolvidos pela história. A sua ligação com o mundo literário não terminou, já que continuam a promover tertúlias e outros eventos. Sente-se na esplanada, por baixo da mítica arcada. Veja o Tejo a passar devagar sob a famosa luz que ilumina a capital do país. Pode aproveitar para apreciar uma refeição tipicamente portuguesa. O Martinho da Arcada é também famoso pela sua saborosa cozinha. Aprecie!
Informações úteis: Morada: Praça do Comercio, 3, Lisboa Website: www.martinhodaarcada.com
Café a Brasileira – Lisboa
Alguns cafés são especialmente conhecidos pela ligação que têm com personalidades marcantes. É o caso do Café São Gonçalo, em Amarante, com o poeta Teixeira de Pascoaes, ou, já em Lisboa, o Nicola com o Bocage ou o Martinho da Arcada com Fernando Pessoa. E é justamente Fernando Pessoa que também tem uma ligação com a Brasileira do Chiado.
Pode ser dele a estátua de bronze que está actualmente na esplanada, mas outras figuras brilhantes das artes passaram por estas mesas a tomar o seu café como, por exemplo, Almada Negreiros, Eduardo Viana ou Bernardo Marques.
Quando as portas abriram, em 1905, a Brasileira nem vendia café à chávena, apenas sacos de grão. Foi o seu proprietário, Adriano Telles que teve a brilhante ideia de oferecer uma chávena de café a quem comprasse um saco que popularizou a ideia. A partir daí foi um constante crescimento de pessoas à procura do “verdadeiro café do Brasil”, imagem de marca da Brasileira.
Não fique apenas pela esplanada, certamente que vai achar o interior impressionante. Repare no tecto ricamente trabalhado, nos candeeiros pendurados, nos pormenores em madeira, nos espelhos, nos quadros ou no longo balcão que conduz o seu olhar para o relógio de parede ao fundo. Os tons quentes dão uma atmosfera acolhedora ao local.
Este é um dos locais mais procurados pelos turistas que visitam a cidade de Lisboa, pelo que a quantidade de pessoas pode tornar-se caótica, contudo, não deixe de parar por uns minutos na Brasileira do Chiado para um pastel de nata acompanhado de um aromático café.
Informações úteis: Morada: Rua Garrett, 120/122, Chiado, Lisboa
Café Nicola – Lisboa
A fantástica praça do Rossio, em Lisboa, alberga um café que está em funcionamento desde o século XVIII. Não ininterruptamente pois este foi também o local de uma ourivesaria e uma livraria no século XIX. Foi fundado pelo italiano Nicola Breteiro, em 1787, com o nome “Botequim do Nicola”. Cedo se tornou um ponto de encontro para escritores, políticos e pensadores da época, alguns dos quais eram frequentadores assíduos como, por exemplo, o poeta Bocage. Aqui escreveu, declamou e ditou os seus famosos poemas, especialmente aqueles que atacavam o seu “arqui-inimigo”, o padre José Agostinho de Macedo. A ligação de Manuel Maria du Bocage ao Nicola é tal que, quando confrontado por um polícia, diz-se que terá respondido: “Eu sou Bocage/ Venho do Nicola / Vou p’ro outro mundo / Se dispara a pistola”.
Em 1929 o espaço voltou a ser um café e o Nicola volta às suas raízes literárias e culturais. É nessa altura que se constrói a distintiva fachada e se coloca a estátua do poeta Bocage, obra da autoria de Marcelino Norte d’Almeida. São estes, aliás, os únicos elementos da decoração original. Nas paredes estão suspensas pinturas, da autoria do pintor Fernando Santos, retratando Bocage.
O café continua a ser frequentado por quem compreende a importância deste estabelecimento para a cidade assim como por inúmeros turistas de visita à capital, atraídos pela sua história. Aliás, a história do Nicola confunde-se, por vezes, com a história de Lisboa. Sente-se no interior junto à imagem de Bocage ou na esplanada com vista para o belo Rossio, mas não deixe de visitar este marco na história cultural do país.
Informações úteis: Morada: Praça Dom Pedro IV 24-25, Lisboa
Pasteis de Belém – Lisboa
Se há um café incontornável em Lisboa, é a Fábrica dos Pasteis de Belém. Os lisboetas sabem-no, os portugueses sabem-no e os turistas estrangeiros sabem-no. Isso explica as longas filas que verá todos os dias, a todas as horas.
Quando se olha a fachada não se tem a noção de quão grande o espaço é. Mas é grande. Muito grande. Quase tão grande quanto a história e o prestígio da Antiga Confeitaria de Belém.
Para compreendermos a origem dos pastéis de Belém e deste local emblemático temos que recuar no tempo, mais propriamente para a altura da guerra civil em Portugal, entre os liberais e os absolutistas. Após a victória do campo liberal iniciou-se um ataque às instituições religiosas. Em 1834 são encerrados os conventos e mosteiros e os seus trabalhadores e o próprio clero foram expulsos. O Mosteiro dos Jerónimos, aqui mesmo ao lado (se ainda não foi, deve ir visitá-lo), não foi excepção. Perto do mosteiro existia, na altura, uma refinaria de cana-de-açúcar e, por uma questão de sobrevivência, decidiram criar uns pastéis que rapidamente ganharam o epíteto de “Pastéis de Belém”.
A sobrevivência ficou assegurada e, em 1837, começou a laborar a Fábrica dos Pastéis de Belém nas instalações anexas à refinaria. A produção dos pastéis foi aumentando ao longo dos anos assim como a sua popularidade, sempre com a receita secreta oriunda do Mosteiro dos Jerónimos e transmitida de mestre pasteleiro a mestre pasteleiro.
Assim que conseguir passar pelo aglomerado de pessoas vai poder deambular por salas, de azulejo branco e azul, decoradas com objectos de tempos idos. Vai poder, também, ver partes da fábrica, nomeadamente a parte final de quando os pastéis são retirados do forno e expostos sobre enormes tabuleiros. O aroma doce dos pastéis e da canela espalha-se por todo o lado. São os companheiros ideais para o guiar até à mesa onde é obrigatório pedir os pastéis de Belém. Quando os provar vai perceber a importância de uma história de quase dois séculos e porque é que são tão diferentes dos pastéis de nata vendidos por todo o país.
Informações úteis: Morada: Rua de Belém nº 84 a 92, Lisboa Website: pasteisdebelem.pt
Confeitaria Nacional – Lisboa
Imaginem esta situação: estão em Lisboa e apetece-vos algo doce, feito de maneira artesanal e apreciado num local histórico. Então a Confeitaria Nacional é o local ideal para si.
A Confeitaria Nacional está situada na Praça da Figueira, num edifício que forma uma esquina com a Rua dos Correeiros. É fácil de identificar devido ao singular letreiro encimado pelas medalhas que ganhou, ao longo da história, em concursos internacionais de confeitaria. Outro aspecto que não vai deixar de notar são as montras e as vitrinas elegantemente recheadas de doces tentações.
O estabelecimento conta com mais de 180 anos de existência. Foi fundado por Balthazar Roiz Castanheiro, em 1829, e desde o início que se pautou pela qualidade dos produtos e matéria-prima, pelo requinte e pelos mais elevados padrões de exigência. Não foi à toa que alcançou muitos dos prestigiados prémios internacionais (Paris, Filadélfia, Viena de Áustria, etc) e foi eleita como fornecedor da Casa Real Portuguesa decretado por alvará do rei D. Luís I. Actualmente é, também, fornecedora da Presidência da República.
Outro aspecto curioso desta casa é que foi a Confeitaria Nacional a trazer a introduzir o Bolo-Rei no mercado nacional com uma receita vinda de França. É incrível saber que a receita se mantém inalterada até hoje. Aliás, muitas das receitas dos bolos que estão expostos ainda remontam à época de 1800.
O interior da Confeitaria Nacional é ricamente ornamentado em tons de pastel e dourado. O balcão principal está, não só, recheado de bolos acabados de sair da cozinha, como também de apetitosos salgados (sim, também são feitos artesanalmente). Por cima, um enorme espelho dá-lhe uma perspectiva curiosa do espaço. Num dos lados pode encontrar um pequeno balcão onde pode ir buscar as especialidades da casa. O espaço pode parecer pequeno, mas, provavelmente, a quantidade de clientes e turistas que estarão à sua volta irão provocar-lhe essa sensação. Uma escada em madeira eleva-se numa curva suave até ao primeiro piso, destinado à sala de refeições decorada nas mesmas linhas que o salão principal. Na Confeitaria Nacional também é possível deixar-se perder num almoço com sabor bem português com vista para a praça.
A Confeitaria Nacional é um sítio que não pode deixar de visitar. A história, a tradição e o passar do tempo sentem-se em cada dentada. Sabiam que a Confeitaria Nacional ainda pertence à mesma família? É verdade.
Informações úteis: Morada: Praça da Figueira, 18 B, Lisboa Website: www.confeitarianacional.com
Café Alentejano – Portalegre
Chegar a Portalegre é sempre um prazer. Primeiro, porque a paisagem que a antecede é magnífica; segundo, porque a hospitalidade é das melhores que poderemos encontrar. A cidade estende-se desde o castelo e desce a encosta para a parte mais recente. Nós parámos junto à zona histórica para um café num dos locais mais emblemáticos desta cidade: o Alentejano. O nome pode parecer redundante, mas acredite que não se sentirá deslocado mesmo que não seja destas paragens. A estrada estreita contorna o edifício que se destaca pelo seu amarelo característico e as pessoas que se aglomeram à porta ou junto ao marco do correio. Conversas animadas ecoam pela rua à medida que se vai juntando mais gente. Será que todos se conhecem? Não sabemos, mas isso nunca impediu ninguém de desejar um bom dia a quem se encontra nas redondezas.
O Alentejano insere-se num edifício dos anos 40 do século XX, anexo ao Palácio dos Condes de Vila Real ou Palácio de D. Nuno de Sousa, cujo traço mais distintivo são as janelas manuelinas.
Sente-se numa das pequenas mesas e peça um café. Sugerimos-lhe, até, que folheie um livro de José Régio, que tantas vezes aí esteve sentado, talvez nessa mesma cadeira. José Régio, conhecido escritor e poeta português foi professor de liceu em Portalegre durante muitos anos. É provável que muitos dos que se encontram no estabelecimento tenham sido seus alunos.
A localização central do café permite-lhe dirigir-se rapidamente a outros edifícios históricos como, por exemplo, o Convento de Santa Clara ou a estabelecimentos de restauração onde poderá degustar verdadeiros pratos alentejanos. Sem dúvida um local a visitar.
Informações úteis: Morada: Rua de Elvas, Portalegre
Cadeia Quinhentista – Estremoz
Subimos até ao topo da vila de Estremoz num misto de receio e curiosidade. Um café numa cadeia? Passamos a Porta de Santarém até chegarmos ao centro do conjunto monumental da Alcáçova de Estremoz. A pedra clara no chão e nas fachadas reflete o intenso sol alentejano. No lado direito vemos a presença da estátua da Rainha Santa Isabel com a serra em fundo. Do outro lado ergue-se a torre de menagem do castelo, uma das mais bem preservadas do país.
O café A Cadeia está bem assinalado desde que estacionamos do lado de fora das muralhas. Apesar do nome e das cadeiras em ferro a imitar grades, o café tem uma atmosfera convidativa. Entra-se a partir de um beco estreito para a zona de cafetaria, com a iluminação a meio tom. Este edifício era a antiga cadeia de Estremoz, no século XVI. Pensa-se, também, que poderá ter sido os paços de concelho, uma vez que estes espaços normalmente detinham cadeias no piso térreo.
Mas voltemos ao presente. As pesadas chaves do carcereiro encontram-se penduradas na porta que dá acesso à cafetaria. Mais à frente começa a área do restaurante, com mesas e cadeiras feitas de ferro. Ali era onde outrora estavam encarcerados os prisioneiros masculinos. As janelas estão fechadas com grades, no entanto, apontam-nos para um canto onde uma das barras foi serrada dando origem a uma fuga. Ao darmos a volta surge um arco onde existiam barras que separavam os prisioneiros comuns dos mais perigosos. Ainda á possível ver o alçapão, no tecto, por onde desciam a comida para os alimentar. Apesar do seu passado lúgubre, a decoração, em tons de vermelho, corta essa ligação permitindo-nos relaxar e apreciar a refeição tranquilamente. A gastronomia é predominantemente alentejana, sendo alguns pratos de autor. Recomenda-se, seguramente, a degustação destas iguarias.
No primeiro piso encontra-se uma área de bar ou um espaço para eventos. É difícil não nos apercebermos do “vinho” encarcerado ao entrarmos. Pode ser que queira dar uma ajuda para a sua fuga?
A Cadeia Quinhentista é uma agradável surpresa para quem a visita, desde a qualidade das refeições servidas, de cariz tipicamente alentejano, à simpatia de toda a equipa. Venha, que prometemos que sairá (de certeza que sairá) satisfeito.
Informações úteis: Morada: Rua Rainha Santa Isabel – Castelo, Estremoz Website: www.cadeiaquinhentista.com
Café Arcada – Évora
É em pleno centro turístico que encontramos o Café Arcada, mais propriamente na Praça do Giraldo. Assim, não é de estranhar os inúmeros grupos que deambulam por todo o lado de máquinas fotográficas em punho e olhar deslumbrado. Contudo, são raros os que sabem a importância deste estabelecimento tanto para a cidade como para o país.
Houve uma altura em que o Arcada era procurado por todos os que visitavam a cidade e pelos eborenses. A abertura foi em 1942 e era considerado como um dos melhores do país, “com mais de cem mesas, possuindo frigorífico e outras inovações modernas”, segundo o jornal “Notícias d’ Évora”. O Arcada foi o projecto de António Justino Mexia da Costa Praça, Basílio da Costa Oliveira, Celestino Costa e António Borges Barreto, quatro dos maiores comerciantes eborenses.
Depois de ter estado algum tempo encerrado, este mítico café encontra-se, actualmente, de portas abertas à sombra das arcadas que lhe dão o nome. Talvez, o único ponto a apontar seria o tom “escuro” da fachada que o faz “desaparecer” no edifício. Mas, assim que o descobrimos, conseguimos imaginar o esplendor de outrora. A característica mais surpreendente é a porta giratória da entrada. É similar à que existia no famoso “Café Chave d’Ouro”, no Rossio, em Lisboa. Era decorado com luxo e requinte pelo que foi um dos primeiros cafés a ser frequentado por senhoras, na cidade.
Os doces sorriem-nos da vitrina, obrigando-nos a entrar. Um enorme balcão estende-se pela sala, estreita e longa. Nos primeiros anos o Arcada era frequentado pela burguesia local, pelos alunos liceais ou por pequenos grupos de intelectuais, entre outros. O escritor Vergílio Ferreira relata o ambiente deste café no seu romance “Aparição”: “Com efeito, ao entrar no café, após o almoço, tive a surpresa de ver aquele vasto túnel apinhado de gente. O corredor atravancava-se de negociantes, porque era ali, entre bebidas, que se realizava o mercado da semana.” Curiosamente, este escritor está intimamente ligado ao Arcada porque foi aqui que o seu padrinho de casamento lhe pagou a boda.
Hoje, não se fazem bodas, não se vê o brindar de taças de champanhe, não se ouve a Orquestra Jazz Luz e Vida, que actuou na inauguração do espaço, mas pode almoçar uma refeição ligeira, degustar um magnífico bife acompanhado de cerveja, ou pedir um dos inúmeros bolos e doces confecionados com paixão. Por tudo isto, o Café Arcada merece continuar a fazer história.
Informações úteis: Morada: Praça do Giraldo, nº 7, Évora
Café Aliança – Faro
Quando o sol do Algarve se torna quente em demasia é preciso procurar um lugar para nos refrescarmos. Há quem prefira ir a banhos, mas nós, optámos por entrar num dos cafés mais emblemáticos da cidade de Faro: o Café Aliança.
Já existiu aqui uma leitaria, a bolsa de valores de Faro ou a sede de um jornal. Após um incêndio em 1930, o edifício foi recuperado e, em 1932, o Café Aliança ganhou os traços característicos que vemos hoje. Em 2010 acabou por ser encerrado devido à deterioração do edifício, mas foi recentemente renovado e devolvido aos Farenses.
À entrada uma esplanada coberta de enormes chapéus-de-sol cobre as colunas de traço neoclássico. Uma enorme porta giratória conduz-nos para uma sala ampla, com um tecto trabalhado, e mesas com tampo de mármore. Das paredes pendem enormes espelhos e candeeiros. A toda a volta estão expostas fotografias alusivas à região emolduradas em madeira e encimando um banco corrido.
Actualmente o Café Aliança, não é apenas um café, é a Cervejaria Aliança. Esse facto fica bem evidenciado pelos tubos de cor de cobre que correm sobre o balcão. Ao fundo existe a sala de refeições. Para além da cerveja fresca pode, também, apreciar os bons sabores da região saídos da cozinha deste café.
Se visita ou se está a pensar em visitar o Algarve não deixe de conhecer este espaço que, apesar da grande oferta de cafés e bares da região, é uma lufada de ar fresco no panorama algarvio.
Informações úteis: Morada: Rua D. Francisco Gomes, n.º 7 a 11, Faro