A tradição indica que a construção do Marmoiral do Sobrado, tal como o da Ermida e de Alpendorada, serviu para assinalar a passagem do cortejo fúnebre de D. Mafalda. Porém, existe outra história, bem mais épica que passamos a contar.
Reza a lenda, que vivia ali perto Martim, um descendente dos Bulhões. Este, ainda jovem, apaixonou-se por Maria Teresa Taveira, mais conhecida por Maria, a boa.
O amor era recíproco mas o pai da bela, D Gil, exigiu que Martim fosse à guerra antes de casar com a filha. O rapaz que era destemido aceitou a proposta e armou-se cavaleiro antes de partir para Lisboa, onde iria ajudar o rei D. Sancho I a conquistar Silves.
Mas o jovem, demasiado aventureiro, acabou por ser capturado pelos Mouros.
Entretanto, D. Gil faleceu e D. Maria ficando só começa a ser perseguida e pressionada para casar pelo muito rico mas muito cruel D. Fafes, Senhor da Raiva. Vendo que Maria lhe resistia decide então tomá-la pela força.
Felizmente, o monge dos Paços de Gondim consegue negociar com os Mouros a libertação de D. Martim, que regressa imediatamente para junto da sua amada.
Os dois rivais encontram-se assim junto aos Portais da Boavista e travam aí um duro combate do qual sai vitorioso D. Martim. Este manda então erguer o marmoiral onde estão gravadas as espadas, em memória deste feito.
D. Martim casou-se com D. Maria e tiveram um filho: Fernão de Bulhões, mais tarde conhecido como Santo António de Lisboa.
Fonte: Rota do Românico