O Pinhal do Rei foi protegido durante séculos por pessoas dedicadas à sua conservação. No princípio eram meros couteiros que foram vendo as suas funções serem cada vez abrangentes tornando-se, eventualmente, em guardas florestais (em 1605 havia cerca de 24), mas só em 1824 é que  carreira foi criada a par da Administração Geral das Matas. Foi em 1856 que começaram a usar fardamento tendo sido substituído posteriormente em 1905.

FARDAMENTO_1856

Fardamento dos Guardas Florestais em 1856 (Fonte: opinhaldorei.blogspot.pt)

Os guardas tinham por função a fiscalização do material que saía da mata assim como proceder a sementeiras, limpezas, autos de marca, medições de lenhas e madeiras e trabalho administrativo.

Os ordenados eram muito baixos, contudo a sua situação foi melhorando até aos últimos anos do século XX. Normalmente vinham de terras distantes e tinham um regime de rotatividade de dois em dois anos para desincentivar actos de favorecimento das populações. Aos guardas, e suas famílias, era-lhes atribuído uma casa e um pequeno terreno que cultivavam nas horas vagas. Havia alguns que conseguiam um curral para criação de gado e uma capoeira para as galinhas. Quase imprescindível era a presença de um poço para obtenção de água.

Em 1980 o corpo de guardas florestais era composto por quatro mestres e 29 guardas. Em 2006, os guardas florestais acabaram por ser integrados no Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana. Com o seu desaparecimento, desvaneceu-se também a memória do convívio entre as gentes das localidades em redor da mata com os guardas florestais, as tranqueiras fechadas enquanto os carros de bois eram fiscalizados, a sua presença protectora na prevenção dos fogos. Resta-nos a certeza que outros profissionais os substituíram com o mesmo zelo para com a nossa floresta.